A Academia de Medicina de São Paulo (AMSP) viveu em 27 de abril de 2022 mais um momento memorável de sua história. Uma cerimônia on-line comovente marcou a diplomação de eméritos, além da posse de membros titulares e honorários.
O Prof. Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, foi diplomado membro emérito da AMSP após completar um ciclo de 20 anos como titular.
Em breve discurso sobre a responsabilidade e a ética dos médicos, a importância da ciência e da assistência à beira do leito, focada 100% no paciente, Antonio Carlos Lopes emocionou uma audiência formada por notáveis como Carlos Vicente Serrano Júnior, Hélio Begliomini, Sérgio Bortolai, Lydia Masako Ferreira, Jurandir Marcondes Ribas, Marilena Rezende Melo, Francisco Domenici Neto, Maurício Mota de Avelar, entre outros expoentes da Medicina do Brasil.
Trajetória
Antonio Carlos Lopes nasceu aos de 10 de maio de 1945, na cidade de São Paulo. É filho de Américo Augusto Lopes e de Walma Waldyra Lopes. Graduou-se pela Escola Paulista de Medicina (EPM), hoje, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 1970. Nessa mesma instituição de ensino fez residência (19711973) e dedicou-se à carreira universitária, recebendo o título de doutor em cardiologia, em 1978, com a tese Influência no Stress Agudo Provocado pelo Formol Sobre o Metabolismo da Fibra Cardíaca do Rato Albino. Fez pós-doutorado na Cornell University nos Estados Unidos da América (1989-1990) e livre-docência (1990), na Unifesp. Dentre os cargos que galgou na vida acadêmica, na Unifesp, têm-se: professor assistente (1974-1980); professor adjunto (1980-1997); professor titular da disciplina de medicina de urgência (1997) e, pouco depois, professor titular de disciplina de clínica médica. Em 2011, após consulta à comunidade, assumiu a função de diretor da Escola Paulista de Medicina.
Foi também professor adjunto (1991-1992), chefe de disciplina e vice-chefe de departamento (1992-1993) da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), e professor assistente da Fundação Universitária do ABC. Dentre outros cargos que exerceu salientam-se: diretor da Associação Médica Brasileira (1991-1995), onde criou a Área de Atuação na Medicina Nacional; secretário executivo da Comissão Nacional de Residência Médica e diretor do Departamento de Residência e Projetos Especiais na Saúde da Secretaria da Educação Superior do Ministério da Educação (2004-2007); secretário executivo e diretor (2004-2008) do Ministério da Educação (MEC); fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM, 1989) e editor da Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e do Jornal do Clínico; fundador e presidente da Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (Abramurgem, 2009), e diretor e presidente do Brazilian Clinical Research Institute (BRCI, 2009), instituto brasileiro de pesquisa clínica que possui reconhecimento internacional. Antonio Carlos Lopes tem experiência nas áreas de clínica médica, medicina de urgência, cardiologia e medicina intensiva. Recebeu também o título de especialista em cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (1974); medicina intensiva da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (1982); clínica médica da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (1991); nutrição parenteral e enteral da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (1991); e nutrologia da Associação Brasileira de Nutrologia (2003). Foi membro do corpo editorial dos seguintes periódicos: Revista da Associação Médica Brasileira (1991-2000); Jornal do Clínico (1993); Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (1996); Arquivos de Clínica Médica (2002); Gazeta Mercantil (2007) e Revista de Nutrologia (2008). Antonio Carlos Lopes recebeu prêmios, homenagens e comendas, dos quais salientam-se: “José Curcio” da Sociedade de Estudos Médicos de São Paulo (1972); “Nemésio Bailão2” do Centro de Estudos do Hospital do Servidor Público Estadual (1984); “Sandoz” de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (1988); “Fellow” (1993), governador do capítulo brasileiro (1995-1998) e “Evergreen” (1996) do American College of Physicians; “Jairo Ramos3” de Clínica Médica da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (1995 e 1997); “Qualihosp” do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1998); “Chapter Management Award” do American College of Physicians (1998); “Membro Benemérito” da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão (2004); “Médico do Ano” do Capítulo Brasileiro da Associação Médica de Israel (CBAMI, 2004); “iBest Hospitalar” – Programa de Ensino Médico a Distância para médicos residentes das regiões do norte e nordeste (2006); “49o Premio Jabuti” pelo Tratado de Clínica Médica – Melhor Livro de Ciências Naturais e Ciências da Saúde – da Câmara Brasileira do Livro (2007); “Análise Medicina” da Análise Editorial (2008); “Personalidade” da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2008) e “Voto de Aplauso” do Senado Federal (2008). Antonio Carlos Lopes apresentou 35 de trabalhos em congressos. Tem 153 artigos científicos publicados e 188 resumos em anais de congressos. É autor de 116 capítulos em livros e organizou ou editou outras 70 obras. Publicou também 86 artigos em jornais.
Participou de diversas bancas examinadoras, sendo 16 dissertações de mestrado; 17 teses doutorado; sete de monografias em cursos de aperfeiçoamento ou especialização; cinco de livre-docência e duas para professor titular. Ingressou como membro titular da Academia de Medicina de São Paulo, em 7 de março de 2002, sendo o primeiro ocupante da cadeira no 38, cujo o patrono é Celestino Bourroul4. Antonio Carlos Lopes escreveu 27 prefácios de livros e é autor solo das seguintes obras: Tópicos em Clínica Médica (2003); Equilíbrio Ácido-Base e Hidroeletrolítico (2003); Arritmias Cardíacas (2003); Diagnóstico e Tratamento (volumes 1 e 2, 2006); Expansão das Universidades Federais. O Sonho se Torna Realidade (2006) e Educação Superior. Os Caminhos da Emancipação Social (2006).
1 Titular e emérito da cadeira no 21 da Academia de Medicina de São Paulo, cujo o patrono é Benedicto Augusto de Freitas Montenegro.
2 Nemésio Bailão é o patrono da cadeira no 28 da Academia de Medicina de São Paulo. 3 Jairo de Almeida Ramos foi presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, hoje, Academia de Medicina de São Paulo, durante um mandato anual entre 1939-1940, e é patrono da cadeira no 75 desse sodalício.
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