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Crianças em ação


Quando a televisão não era tão popular nas residências, as brincadeiras de crianças envolviam correr na rua, empinar pipa ou pular corda. Em tempos de tecnologia onipresente, com disponibilidade de videogames, desenhos animados e filmes, a diversão da criançada passou a ser, muitas vezes, simplesmente olhar para a tela da TV. Os médicos, entretanto, alertam para a importância da atividade física na vida de uma criança.

Segundo José Gabel, secretário do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a prática de exercícios físicos regulares fortalece a massa óssea e muscular, contribui para o aperfeiçoamento e a aquisição de habilidades motoras, desenvolve a flexibilidade, ajudando na manutenção da postura e do equilíbrio, além de melhorar o sistema cardiocirculatório. Mas não para por aí.

“É consenso mundial que a realização de atividades físicas na infância ajuda a manter o peso ideal, reduzindo índices de obesidade e suas consequências, como diabetes, hipertensão e dislipidemias, por exemplo”, explica.

O educador físico Ronaldo Parra, da TR3 assessoria esportiva, explica que a atividade física é extremamente importante na vida da criança. “Os pais devem estimular e fazer com que a criança vivencie a atividade física. Além de fazer bem à saúde, desenvolve também o lado social, na medida em que ela vai se relacionar com outras crianças”, garante Parra, que sugere: “Durante as férias escolares ou até mesmo quando a criança não está enturmada, cabe aos pais a função de desenvolver e estimular seus filhos. Lancem desafios com brincadeiras que envolvam atividade físicas ou matriculem as crianças em colônias de férias, que são uma excelente opção”, diz.

Além do físico

Atividades físicas como futebol, vôlei e basquete também trazem ganhos para a socialização da criança. Esportes coletivos permitem que o jovem aprenda a trabalhar em equipe e proporcionam momentos de conversa entre os participantes, o que aumenta a autoestima e o equilíbrio emocional.

Segundo os especialistas, vale ressaltar que o exagero de exercícios físicos nessa faixa etária tem efeito contrário e pode até prejudicar o desenvolvimento dos pequenos. “Pais desejam criar atletas mirins, com agendas sobrecarregadas e sem descanso.

Esse ritmo é prejudicial, resulta em sintomas diversos, como criar motivos para não frequentar as aulas, fadiga, cansaço, perda de concentração, alterações no humor, irritabilidade, insônia, dores musculares e articulares, além do grande risco de lesões”, conta Gabel.

Em contrapartida, muitos pais pensam que a aula de Educação Física no colégio é exercício suficiente para o filho. Será? Parra destaca que hoje temos muitas outras opções de atividades que a criança pode praticar. “Só a educação física escolar é pouco para o desenvolvimento de uma criança.

Temos que incentivar e ir além! Estimular na rua, praças, condomínios e até mesmo em escolas e academias. Aproveitem as férias e façam atividades com toda a família reunida. Vale passeio de bike, jogo de bola, caminhada, brincadeiras na piscina. As opções são várias. O importante é que todos se movimentem nas férias”, orienta.

Para o pediatra Gabel, a disciplina escolar contribui para melhorar a qualidade da saúde, mas é insuficiente para alcançar objetivos como o desenvolvimento da capacidade motora, cognitiva, afetiva e social. “Os adultos devem ser exemplo ativo para os menores: estimule a criança também praticando, encoraje-a a trocar a TV e o computador por ações esportivas, e saiba negociar o tempo de uso desses aparelhos”, recomenda.

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