top of page

Tudo que você precisa saber sobre transplante de medula óssea


O Dia Nacional do Doador de Medula Óssea é celebrado em 17 de setembro. Atualmente, o Brasil está em 3° lugar em número de cadastros no mundo no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Uma série de mitos ronda o transplante de medula óssea, no entanto, o procedimento é mais simples do que aparenta: trata-se de uma transfusão de sangue que pode salvar muitas crianças na fila de espera.

De acordo com a dra. Adriana Seber, membro do Departamento de Hematologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), as chances de compatibilidade aumentam entre doadores como irmãos, pais ou haploidênticos (com 50% de compatibilidade). A possibilidade de encontrar semelhança em pessoas fora da família é mais rara - segundo dados da Associação de Medula Óssea (Ameo), seria algo em torno de um doador compatível a cada 100 mil.

“Existe um número muito grande de famílias cujos parentes necessitam de transplante e iniciam campanhas na mídia em busca de doador, pedindo que as pessoas se cadastrem. A impressão é de que quanto mais doar, mais chances de encontrar alguém compatível terão. Contudo, isso não é verdade, pois nosso tipo de medula HLA (histocompatibilidade) é muito misturado e depende da herança genética. Ou seja, cada tipo resulta em misturas muito singulares”, esclarece a dra. Adriana.

De acordo com a especialista, assim como o Departamento de Hematologia da SPSP, já existe um forte trabalho realizado de forma consciente, não apenas no Brasil, como no mundo, o que dispensa a necessidade desse tipo de ação individual.

“Não há sentido em campanhas individuais, uma vez que o gasto é muito alto. Já existem 29 milhões de doadores cadastrados no REDOME e cada registro tem um custo mínimo de US$ 100 dólares para o governo. Além de oneroso, as chances de localizar alguém compatível permanecem as mesmas“, frisa.

Há, ainda, a dificuldade em localizá-los. Existe uma campanha de fidelização para alertar os doadores já registrados a atualizarem seus dados, pois muitos se perdem quando mudam de endereço ou contatos.

“O Departamento de Hematologia considera imprescindível que não se faça campanhas, porque além de não ajudar a criança, acarreta em gastos que deixam de ser investidos na saúde. É preciso alertar as pessoas sobre a necessidade de atualização dos registros existentes, pois, este sim, é o maior problema que enfrentamos para localizar um doador”, concluir.

Sobre o transplante

O tratamento é indicado em casos de Leucemia, doenças que afetam a produção sanguínea ou que podem não produzir plaquetas, como anemias, imunodeficiências, aplasia, entre outras deficiências hematológicas hereditárias.

Existem dois tipos: os autólogos e os halogênios. No primeiro caso, a medula transplantada é do próprio paciente, enquanto na outra forma advém de um doador. A eficácia destes procedimentos depende do tipo de doença, seu estágio e às condições do paciente. Os autólogos, por exemplo, são mais recomendados em casos de doenças menos avançadas, cujas chances de recorrência são menores, como os linfomas.

1.992 visualizações0 comentário
bottom of page