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Saiba mais sobre o teratoma ovariano


Existe uma série de tumores que pode acometer o ovário, entre eles o teratoma ovariano, oriundo das células germinativas, responsáveis pela reprodução. Cerca de 80% das ocorrências é de um tumor benigno, que remete às estruturas da pele – por isso, também é conhecido como “cisto dermóide”. Pode conter cabelo, dente, material sebáceo, entre outros tecidos. Incide principalmente em mulheres mais jovens, na fase reprodutiva, assim como em crianças e adolescentes. Representa cerca de 50% dos tumores pediátricos da região.

O principal sintoma é a dor, que pode ser persistente na região da parte inferior do abdome, perto da pélvis, em forma contínua ou intermitente. O crescimento da barriga, que pode gerar um desconforto abdominal, é outra manifestação. “Diante desses sinais, a mulher deve procurar um ginecologista, que solicitará uma ultrassonografia para identificar (ou não) a presença do teratoma. Este é o exame preferencial para avaliação, pois sua resposta é certeira em mais de 90% dos casos”, explica dr. Luís Otávio Zanatta Sarian, ginecologista oncológico e mastologista, superintendente do Hospital da Mulher da Unicamp e membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

De acordo com Sarian, os teratomas são específicos do ovário, diferentemente dos carcinomas, que podem surgir nas trompas, por exemplo. Não há qualquer fator de risco ligado diretamente à sua presença, porém há uma associação com o histórico familiar. Com sua baixa incidência e taxa de cura relativamente alta, não existe um rastreamento estabelecido para o tumor.

Tratamento e fertilidade

A única opção terapêutica é a cirurgia para extração. Na maioria dos casos, a retirada ocorre, preferencialmente, via laparoscopia. “A principal evolução em seu tratamento é que o procedimento tende a ser mais conservador. Quando benigno, basta retirá-lo completamente – e ainda que seja maligno, ampliamos a intervenção, seguido de quimioterapia, cujo retorno é muito positivo”, esclarece o ginecologista.

Em até 10% dos casos, ele pode reaparecer, devido a uma propensão individual ou se não houve a remoção completa. Após a cirurgia, recomenda-se a realização de exames de imagem para acompanhamento por um ou dois anos. “Ainda assim, é plenamente possível voltar à situação reprodutiva normal após sua retirada. Somente a existência dele não compromete a fertilidade”, destaca dr. Luís.

Complicação

O teratoma pode ser benigno ou maligno (teratoma imaturo). No caso da malignidade, (como mencionado, menos de 20% dos teratomas são malignos) ele pode surgir deste modo ou se transformar, caso permaneça por décadas no ovário feminino. “Existem raros casos que não foram removidos e quando a mulher chegou aos 50, 60 anos, sofreu degeneração maligna. Na maioria das vezes, no entanto, ele aparece na mulher jovem, já como tumor maligno”, alerta.

De acordo com dr. Luiz, a principal complicação pode acontecer quando há um crescimento e devido à sua capsula externa ser muito lisa acarretar em uma torsão. Eventualmente, pode sofrer uma ruptura espontânea, o que é ainda mais esparso – nesta situação, o conteúdo sai do ovário e se espalha pelo abdome, criando uma inflamação. “Nestes episódios, a mulher sentirá dores intensas e deverá ter um atendimento rápido, para evitar a perda do órgão”, conclui.

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